quarta-feira, 6 de julho de 2011

Por : Cris Guerra.

Ela quer o imprevisto, a surpresa, o coração disparado, o medo de ser bom. Ela tem muito e quer mais. Quer se cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina. Ela quer música, tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima primeira vez. Ela quer a alegria besta de quem não tem juízo. O que ela quer é tão simples.
...
O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação. Ela quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é menos comportado que a vontade.

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