sábado, 19 de dezembro de 2009

Um amor em Natal



Um amor que me lesse poemas

quando meus olhos glaucomatosos


exigissem minutos de silêncio.


Um amor que me levasse às falésias de sol


e lá de cima, tonto de anticrespúsculo,


me pedisse carícias duras.


Um amor que me escrevesse


trinta e uma vezes e mais trinta


toda vez que eu fugisse dos seus braços


para cumprir a penitência dos malditos.


Um amor que acompanhasse revoadas de santos


sobre a fortaleza, sobre o Potengi,


sobre o meu peito, a partir do santuário do seu 

sexo.




Nei Castro

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